domingo, 23 de junho de 2013

Filme de Hoje: A Outra Terra

Sabem aqueles filmes que quando acabam a gente fica um bom tempo refletindo, parada, sem ação??
Assim é A Outra Terra (Another Earth 2011) Direção de Mike Cahill que nos mostra que não é preciso ser uma superprodução hollywoodiana para ser um filme bom. Muito bom diga-se de passagem e bem feito!





O filme começa com a premissa Sci-Fi de que foi descoberta uma outra Terra, chamada de Terra 2, que estava encondida atrás do Sol e a partir disso, mostra como uma tragédia une a vida dos dois personagens principais. Rhonda (Brit Marling) é uma jovem de 17 anos com um fututo brilhante na Astrofísica e John (William Mapother), uma compositor de sucesso, com uma família feliz. E assim , as coisas vão acontecendo, se entrelaçando . Você verá muitos sentimentos ali expostos, você sentirá cada um, ainda que não haja um só diálogo na cena.






Muitos o comparam a Melancolia de Lar von Trier, Concordo que há semelhança. Ambos possuem de mote inicial a descoberta de um novo planeta interferindo na vida das pessoas e, apesar de inicialmente parecerem  um filme de ficção científica são filmes focados nas relações humanas...sem muitos diálogos, mas intensos, profundos. Os personagens e cada sensação que eles sentem são o mais importante dessas duas obras. O fato da descoberta de outro planeta é só o motor inicial e está como plano de fundo para a trama, embora sempre  presente!

 


Cenas estouras no filtro azul causam um desconforto proposital, conseguimos sentir por meio desse recurso de trabalhar com uma cor fria, a melancolia de cada cena. O azul incomoda. Azul Terra 2 ,do céu ao entardecer, dos olhos de Rhonda.




Questionamentos são feitos, já que o que se sabe é que a outra Terra é um espelho da nossa, lá existe também uma outra você que vive de forma parecida. e daí surge a narração mais existencialista do filme:

"Através dos tempos, vimos biólogos conseguindo enxergar até mesmo as coisas mais minusculas, e astrônomos olharam para além do céu escuro, para o passado e também para o espaço. Mas talvez o maior mistério de todos não seja o grande ou pequeno: talvez sejamos nós. Será que poderíamos nos reconhecer, e se sim, será que iríamos saber quem somos? O que diríamos a nós mesmos? O que aprenderíamos de nós mesmos? O que gostaríamos de ver se pudéssemos simplesmente olhar para fora e ver a nós 
mesmos?"

É um filme bastante introspectivo, sensível: solidão, remorso, perdão, empatia, vazio, inadequação, amor, apatia, desespero...todos esses sentimentos são expostos de forma bastante contundente nesse filme.

É um daqueles filmes que se torna obrigatório assistir antes de morrer, porque ele nos faz questionar muita coisa que nos é de foro íntimo, é um filme com metáforas- uma outra Terra igual, escondida atrás do Sol- e bastante filosófico, quando nos causa mais indagações que respostas: será que vendo nossas vidas de fora, gostaríamos do rumo que ela tomou?



O universo do qual se trata o filme...é o universo ainda desconhecido, do interior humano!

4 comentários:

Daniela disse...

Fiquei morendo de vontade de ver o filme, só por conta da sua descrição!

Anônimo disse...

Oi Lou
Não vi esse filme ainda, deu vontade.
Beijinhos
Nai Melo

Rayssa! disse...

Li um par de comentários e pensei "ôx... essa menina é de onde?" E depois do UFS a ficha caiu! Que massa!!!!! Sou de Recife, moro em Barcelona e morro de orgulho em ver um blog tão interessante de uma """vizinha"""! Gata, arrase!!!! Adoro, e cheguei aqui depois de ver vc na Shame e ver vaaaaarios bons comentarios e a-do-rei!!
Um beijo e tudo de bom!!!! :)

Ju disse...

Quero assistir!!! Valeu pela dica.